Segue o teu destino,
Rega as tuas plantas,
Ama as tuas rosas.
O resto é a sombra
De árvores alheias.
A realidade
Sempre é mais ou menos
Do que nós queremos.
Só nós somos sempre
Iguais a nós-próprios.
Suave é viver só.
Grande e nobre é sempre
Viver simplesmente.
Deixa a dor nas aras
Como ex-voto aos deuses.
Vê de longe a vida.
Nunca a interrogues.
Ela nada pode
Dizer-te. A resposta
Está além dos deuses.
Mas serenamente
Imita o Olimpo
No teu coração.
Os deuses são deuses
Porque não se pensam.
Ricardo Reis - poeta português
(1 de Julho de 1916)
9 comentários:
De mi corazón los dioses son dueños, los dioses y a veces yo...
Un abrazo
ah, que coisa mais belaa!!
beijo
Adorei estudar no secundário Fernando Pessoa, e os seus heterónimos...
A multiplicidade do ser...
Um beijinhu e boa semana***
...isso de sermos sempre iguais a nós próprios, é liberdade e escravidão.
O Pessoa era um labirinto...
Bem escolhida, a imagem.
Abraço!
Porque "a poesia é de todos", tomei a liberdade de "linkar" este blog no Debaixo do Bulcão.
Fica bem!
António Vitorino
Volto...Fernando Pessoa é lindo...
eu estou na chuva...
Fica bem!
Mais uma das suas belas escolhas!
Lindo!
beijo
Mais que poema maravilhoso meu amigo sou muito fã de poesia mais acho que encontrei foi um amigo mais fã do que eu,seu blog é muito lindo e aconchegante por isso gosto de visitalo.
Um abraço.
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