(Ao Gringas e à Maria,
Poetas de outro blue-jazz)
Estou doente como um cão
num barco içado pela babugem
no ritmo Índico puro da monção;
O homem que eu disse ser,
inescrupuloso, de rara penugem,
é o capitão deste barco a arder
no seu cachimbo em forma de coração;
Longe, a ilha de seu destino, é vaga ideia
em qualquer privado jardim da consolação:
céu, mar, gaivotas de fogo, o pé-de-meia
de quando eu ainda pensava ter razão.
Este homem recorta-se no vosso céu de aço;
Ventos temporais, estrelas caídas de fronte,
O cachimbo sem tabaco, o declinado horizonte
E o coqueiro híbrido na mão insurrecta, largo o espaço.
Já não estou, afinal, doente; para sempre fui e morri.
Mas pela noite África, oceânica, regresso. Renasci.
Heliodóro Baptista – poeta luso-moçambicano
terça-feira, agosto 29, 2006
Presságio, Minha Ave
Etiquetas:
Heliodoro Baptista,
luso-moçambicano
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