quinta-feira, agosto 24, 2006

Na Quitude Cristalina da Alvorada

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Na quietude cristalina da alvorada

como se imóvel o bando de patos bravos
cruzava o céu
o hipopótamo fendia silente o jade
das águas
o jacaré jazia inerte no limo opaco
a garça debicava a compasso sapos
no lodo
o canavial remexia suave as pontas
amarelas
a brisa afagava leve o capim ralo
das margens
o arvoredo sacudia gentil da folhagem
o sereno da noite
o fumo subia vagaroso dos quimbos
em redor
e
o tiro ribombava assassino

na quietude cristalina da alvorada

(Na leveza do luar crescente)

Arlindo Barbeitos - poeta luso-angolano

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