sexta-feira, agosto 18, 2006

Oceano Nox

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Junto do mar, que erguia gravemente
A trágica voz rouca, enquantoo vento
Passava como o voô dum pensamento
Que busca e hesita, inquieto e intermitente,

Junto do mar sentei-me tristemente,
Olhando o céu pesado enevoento,
E interroguei, cismando, esse lamento
Que saía das cousas, vagamente...

Que inquieto desejo vos tortura,
Seres elementares, força obscura?
Em volta de que idéia gravitais?—

Mas na imensa extensão, onde se esconde
O inconsciente imortal, só me responde
Um bramido, um queixume, e nada mais...

Antero de Quental – poeta português

1 comentário:

Anónimo disse...

Posso fazer um pouco de publicidade?
http://oceanopuro.blogspot.com/
poemas de alguém para ninguém
Espero que gostem...obrigado